A R Q U I V O M U N I C I P A L D E M I R A N D E L A

Objectivos:disponibilizar online, informação útil ao utilizador do arquivo corrente, assim como dar a conhecer o inventário do arquivo considerado histórico e alguma da sua documentação.

Criar conteúdos , através de publicações mais ou menos frequentes, acerca de Documentação e Arquivística, que possam ter interesse para o município e o público em geral.


Também pode aceder a este "blog" através do "banner" existente na barra lateral do site da Câmara Municipal de Mirandela.

http://www.cm-mirandela.pt/

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Estado Novo II - "Diploma de Funções Públicas"

Diplomas da Função Pública


Na continuação da rubrica  "O Estado Novo", publicamos agora alguns exemplos de "Diploma de  Funções Públicas", da década de 60, atribuídos aos funcionários que por ventura seriam deles merecedores, contudo em troca de um "Juramento a Bem da Nação", premissa esta, sempre presente em documentos do período em questão.




"Diploma de Funções Públicas", Anos 60
in Arquivo Municipal de Mirandela












 "Diploma de Funções Publicas", Anos 60

"Declaração de Compromisso" 
in Arquivo Municipal de Mirandela

 







Pesquisa e coordenação - Elisa Moutinho (Técnica Superior)
Redacção e edição - Rui António Magalhães .(Ass.Operacional-Tecnologias de Comunicação, Informação e Documentação)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Apresentação - A criação do "blog"

Notas preliminares

Desde a antiguidade que o homem sente necessidade de deixar às gerações vindouras, seus registos escritos e assim contar a sua história. Os Arquivos, são depósitos de informação e de conhecimento, que através do desenvolvimento de trabalhos de pesquisa, podem resgatar a história cultural dos municípios. Os acervos históricos e bibliográficos de uma comunidade são geralmente patrimónios públicos. A sociedade tem o dever de conservar os testemunhos escritos da sua história através dos documentos que são provas concretas da sua identidade.

Base legal

 • Numa descrição muito simples, e seguindo o espírito da lei, os arquivos (distritais e municipais) têm como missão preservar e valorizar o património arquivístico de interesse histórico, apoiar tecnicamente a organização de arquivos públicos e privados e promover a divulgação cultural e educativa no âmbito dos arquivos. (Decreto-Lei nº 149/83, de 5 de Abril).

Objectivo

• É recorrente, os arquivos desenvolvem estratégias de intervenção activas para a preservação documental de arquivos de famílias, pessoas, empresas, que pelo seu significado cultural e relevância para a compreensão da memória social, tenham adquirido o direito de serem conservados definitivamente. Através de simples protocolos poder receber esses arquivos, em regime de doação ou de depósito, sem perda dos direitos de propriedade para os donos.
Para além da preservação e valorização do património arquivístico próprio, uma outra área de intervenção (que reputamos de muito importante) é, futuramente, a extensão cultural e educativa, promovendo eventos – exposições, colóquios, etc. – e incentivando o diálogo e a participação de todos os agentes da acção educativa, nomeadamente os estabelecimentos de ensino secundário e superior.
Esta noção de arquivo, como realidade viva, interessada e actuante é aquela que mais pode dinamizar e envolver todos os participantes, sejam indivíduos ou instituições.
Institucionalmente, a dimensão sócio educativa, o debate cívico, numa lógica de participação impele os arquivos para uma frutuosa interligação com a comunidade (meio) envolvente.
• Nesta perspectiva é urgente que se conte, com pessoal técnico, com vocação em Animação Cultural, Tecnologias de Informação e Comunicação, sempre num contexto de formação base ligado à História, Arquivística e Biblioteconomia.
• Acresce que defendemos, por princípio e por formação, o respeito pelo passado que passa pela sua conservação mas, igualmente, pela sua divulgação a toda a comunidade. O conhecimento do passado é a melhor forma de o proteger, dinamizando as inúmeras potencialidades da história local e regional.
• Num mundo fortemente globalizado, salientar as particularidades locais será urna das formas possíveis de valorizar o que é nosso, o que nos identifica e o que nos dá alma. A defesa e a valorização do particular, sem bairrismos ou justificações inócuas, são um meio de sensibilizar todos (principalmente os jovens), para a necessidade de preservar a nossa cultura e os nossos traços culturais.
• O presente terá mais sentido, quanto melhor conhecemos o nosso passado. Numa época onde parece querer dominar a tecnocracia, o império do efémero, do passageiro e do mutável, conhecer, analisar, questionar o que nos antecedeu não é tempo perdido, antes uma forma responsável de saber preparar o futuro.

Pesquisa e Coordenação - Elisa Moutinho (Técnica Superior)
Redacção e Edição - Rui António Magalhães (Ass.Operacional-TICs e Documentação)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Elevação de Mirandela a Cidade

 

Por altura dos 26 anos da Elevação de Mirandela a cidade,  o Arquivo Municipal de Mirandela, não poderia deixar de publicar no seu "blog", alguns dos documentos que se encontram em sua posse e que, a esse assunto fazem referência.






"Pelos documentos se faz e se reconstitui a História. Preservemos o futuro no respeito pelo presente. 
Em razão destes dois pensamentos enviamos os documentos juntos. 
Eles traduzem a vontade de um povo que, pela iniciativa de alguns, vai ganhando foros de emancipação na autonomia da sua liberdade.
Com este sentido e por aquelas razões vos endereçamos a fotocópia dos instrumentos que deram  expressão legal àquela respeitada vontade"

Texto introdutório, dos documentos sobre a elevação de Mirandela a cidade,  assinado pelo então Presidente da Assembleia da República Fernando Monteiro do Amaral
In Arquivo Municipal de Mirandela

                                                  


Documento da Assembleia da República - Direcção Geral dos Serviços Parlamentares.
III Legislatura - 1ª Sessão legislativa, 1983/1987

"Senhor Deputado António Mota e outros
Assunto:  Elevação de Mirandela a cidade"







Extracto do Diário da República, I Série - nº148
Quinta-feira, 28 de Junho de 198, onde consta no sumário
a referência à "Lei nº 12/84: Elevação de Mirandela a cidade"




"Projecto Lei, sobre a Elevação de Mirandela a cidade".













Extracto do Diário da República, "I Série -Nº 148 -28/06/1884"

Entre outras, consta a Lei  nº 12/84 de 28 de Junho, sobre a Elevação de Mirandela a cidade
































Pesquisa e Coordenação - Elisa Moutinho (Técnica Superior)
Edição - Rui António Magalhães - (Ass. Operacional-TICs)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Procedimentos básicos para a conservação de documentos com suporte em pergaminho




Origens______________________________________________________________

Embora o pergaminho encontre as suas origens nos povos nómadas da Ásia Menor, a palavra pergaminho deriva da cidade Pérgamo (hoje Bergama, Turquia). Segundo alguns autores esta cidade está ligada à invenção do material e segundo outros ao aperfeiçoamento do seu fabrico e à produção em grande escala a partir do século II a.C..
Crê-se também que perante o crescimento da biblioteca de Pérgamo, os egípcios proibiram a exportação do papiro, o que terá levado o Rei Eunemes II a usar peles como suporte de escrita - tendo-se desenvolvido assim o pergaminho. A biblioteca desta cidade chegou a contar com mais de duzentos mil volumes, ou seja, rolos de pergaminho.



Fabrico_________________________________________________________________

 O pergaminho obtém-se principalmente a partir da pele de cabras, de ovelhas e de vitelos, embora também exista em peles de outros animais.
A sua preparação consistia numa lavagem em água corrente, submetida a um banho prolongado com água de cal para facilitar a raspagem dos resíduos, gordura e pêlos; depois voltava a ser imersa em água de cal e por fim esticada num bastidor para secar ao sol. Seguiam-se vários ciclos de molhagem e raspagem, até se obter a espessura desejada. A pele recebia depois o acabamento final que podia ser um polimento com gesso ou pedra-pomes.Frequentemente adicionavam-se componentes vegetais, obtendo-se assim um ligeiro curtimento vegetal.
Até ao séc. XIII d.C., o pergaminho era fabricado principalmente nos mosteiros. Mais tarde o seu fabrico foi elevado a ofício, criando-se o respectivo grémio.
Apesar do processo de manufactura ser longo e a matéria prima dispendiosa, o pergaminho ofereceu novas possibilidades devido à sua durabilidade e funcionalidade - os documentos podiam ser dobrados e cosidos formando livros; podiam ser escritos em ambos os lados e os erros corrigidos, raspando a pele. Estas características deram origem ao aparecimento do códice.



  Formação de um caderno com  quatro "fólios" a partir de uma folha, (quaterno).



Em termos físicos, o pergaminho pode ser descrito como uma pele ligeiramente curtida, apresentando duas faces que correspondem à epiderme e à derme.A derme corresponde à face interior da pele, apresenta uma textura fibrosa e uma cor mais clara, e é geralmente nesta face que os documentos são escritos. 
Em pergaminhos muito finos, como os que são retirados de animais muito jovens, é difícil distinguir as duas faces.
 
 Algumas imperfeições  no suporte eram ignoradas devido ao seu elevado custo.Na imagem vê-mos um "fólio" que apresenta várias lacunas que são originadas pela manufactura do pergaminho. Uma das folhas apresenta-se cosida aquando da  sua manufactura, numa tentativa de restringir a sua dimensão.


Natureza e propriedades do pergaminho

O pergaminho é formado principalmente por feixes de colagénio. As proteínas que constituem o colagénio, têm uma sequência de aminoácidos específica cuja composição  e respectiva estrutura básica varia de espécie para espécie.As ligações químicas intermoleculares, são responsáveis por algumas das características predominantes no pergaminho como por exemplo a elasticidade.Estas proteínas constituintes do pergaminho podem desnaturar quando este perde todas as suas reservas aquosas.Isto pode acontecer por acção de um calor elevado e prolongado em conjugação com uma humidade relativa (HR) baixa, provocando um enrugamento intenso. Neste processo as fibras de colagénio perdem as ligações que estabelecem com a água e desidratando retraem.

Devido ao seu método de fabrico o pergaminho tem uma alta alcalinidade, que por um lado o torna mais resistente aos efeitos da poluição e das tintas ferrosas, e que por outro o torna mais susceptível ao ataque microbiológico (fungos), que proliferam em ambiente alcalino.

As duas faces do pergaminho reagem de forma diferente devido a uma ligeira diferença na organização das suas fibras. Devido a essa diferença nas suas características o lado da derme costumava ser o escolhido para a escrita, visto que absorve melhor a tinta, enquanto o lado da epiderme era geralmente utilizado para a cobertura dos livros, visto oferecer maior protecção.


Neste documento podemos verificar que foi escrito na face que corresponde à derme, enquanto a epiderme foi utilizada na sua encadernação.








Direcção e coordenação - Elisa Moutinho(Técnica Superior)
Redacção e edição - Rui António Magalhães (Ass.Operacional-TICs)

Fontes: 
DOMINGOS,Sónia 
Procedimentos básicos para a conservação de documentos em suporte de pergaminho
 Divisão de Preservação, Conservação e Restauro